sexta-feira, 27 de junho de 2008

SOLENIDADE DE POSSE DA 312 NORTE RELEMBRA VELHOS TEMPOS


Elida Miranda e Márcia Machado são reeleitas pela segunda vez consecutiva e confirmam compromisso com a comunidade da quadra e autoridades presentes no evento

Por Biah Gasparotto

No dia 5 de junho de 2008, a prefeita Elida Miranda e a vice-prefeita Márcia Machado assinaram o Termo de Posse que compõe a nova diretoria da Prefeitura da 312 Norte. A solenidade, organizada pelo Conselho Comunitário da quadra, contou com a participação de moradores, síndicos, parlamentares, líderes comunitários e membros de diversos órgãos ligados às áreas de Segurança, Comércio, Transporte e Obras.

Elida Miranda iniciou o discurso agradecendo a família, aos amigos e, em especial, a Deus por ser eleita pela terceira vez com o apoio da comunidade. “A nossa quadra sempre foi conhecida como a mais violenta de Brasília. Com a formação da prefeitura, conseguimos mudar a quadra e hoje ela está bem mais valorizada. Para o ano, temos vários projetos a serem realizados”, afirma a prefeita.

Diversas autoridades agradeceram a dedicação dos membros da Prefeitura que abdicam seu tempo para trabalhar em prol da comunidade e do patrimônio público da Capital. De acordo com o representante do gabinete do deputado Tadeu Filippelli, Marco Campanella, a organização comunitária é fundamental para levar as reivindicações da população, pois as mudanças são frutos dessa união e o governo faz em função de demandas. Com saudosismo, Campanella relembra que na década de 80 fez muitos amigos enquanto morador do Bloco A e confirma que a quadra possui uma história significativa na construção da cidade.

A 312 Norte também poderá contar com o apoio do Conselho Comunitário da Asa Norte, das polícias Civil e Militar, do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), do Corpo de Bombeiros e de diversos outros órgãos. A prefeita aproveitou a presença do atual secretário da Agência de Fiscalização do DF, Roney Nemer, para solicitar que a fiscalização seja intensificada, principalmente quando houver eventos como o do Açougue Cultural T-Bone. Em resposta, o deputado informou que deseja que a Capital seja usada como exemplo de cidade que preserva a qualidade de vida por meio da legalidade. “A semeadura é livre e a colheita é certa. Estaremos voltando com a fiscalização para primeiramente fazer um trabalho de educação, mas para os que não cumprirem, a punição”, diz Roney.

Por último, o administrador de Brasília Ricardo Pires enfatizou que a Asa Norte foi deixada de lado nos governos anteriores, mas que agora está recebendo uma atenção especial. As praças localizadas nas 700 Norte serão construídas como as já existentes da Asa Sul. Em 2008, as calçadas foram reformadas e novas quadras de esporte, estacionamentos e iluminação pública serão implementadas no decorrer do ano.

Ainda segundo o administrador, a 312 Norte foi a primeira quadra em que dormiu em Brasília no ano de 1965. “Andei por muito cerrado até chegar aqui, o vento entrava por debaixo das portas, pois a quadra estava incompleta e continha poucos prédios. Com muito carinho, o governo fará o que for necessário pela quadra”, promete Pires.

Ao final, a presidente do Conselho Comunitário da quadra Maria Cristina Zanani convidou a todos para o coquetel de encerramento da cerimônia de posse, um momento a mais de descontração e alegria entre os participantes.

domingo, 8 de junho de 2008

COLETA SELETIVA: ABRACE ESTA IDÉIA


Seminário realizado pelo Sistema de Limpeza Urbana avalia modelo existente e define diretrizes e metas que integrem todos os profissionais e atores envolvidos com a gestão de resíduos sólidos no Distrito Federal

Por Biah Gasparotto

O 1º Seminário sobre Coleta Seletiva no Distrito Federal, promovido pelo Sistema de Limpeza Urbana (SLU), no dia 20 de maio, no Centro de Convenções de Brasília, abordou temas de interesses coletivos e que são de extrema importância para implementar novas idéias e acelerar, em no máximo quatro anos, o processo de coleta e reciclagem do lixo brasiliense. O evento contou com a participação de cooperativas, associações, profissionais de diversas instituições públicas e de organizações não governamentais (ONGs) envolvidos com a gestão de resíduos sólidos, preservação do meio ambiente e geração de emprego e renda.

O Projeto de Coleta Seletiva foi iniciado no Distrito Federal em 2002 e a doação de materiais recicláveis para as cooperativas garante o sustento de muitas famílias. Hoje, a geração de resíduos varia entre 60 e 62 toneladas por mês, sendo que somente 59,34% são recicláveis e a coleta somente é feita em algumas quadras do Plano Piloto, especificamente, nas 100, 200, 300 e 400.

De acordo com a diretora-geral do SLU, Fátima Có, o encontro foi de fundamental importância para trazer experiências que surgiram ao longo de dez anos e idéias que contribuirão para o benefício não só do meio ambiente, mas da população como um todo. “Um dos nossos objetivos é incentivar que empresas se instalem em Brasília com intuito de reduzir custos, uma vez que o material recolhido é encaminhado para outras cidades. Reciclar colabora para a valorização da limpeza pública e para a formação de uma consciência ecológica”, afirma.

Ainda segundo Fátima Co, o SLU possui como missão regular e fiscalizar a gestão pública de resíduos sólidos por meio do Sistema de Gerenciamento Integrado de Coleta de Limpeza e de Tratamento com a Inclusão Social. Reduzi, reaproveitar, reutilizar e destinar o resíduo adequadamente são algumas das bases que compõem este sistema.

No decorrer do evento, integrantes de diversas cooperativas e associações, comprometidos com as causas sócio-ambientais, apresentaram depoimentos emocionados. “Queremos ser respeitados, não somos lixeiros, selecionamos materiais recicláveis. O nosso objetivo é lutar por terrenos licenciados, galpões estruturados e remuneração justa por serviços prestados”, anseia Aldemy dos Santos, presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF).

CONSCIENTIZAÇÃO

A Associação Amigos do Futuro, fundada em 1977, estava presente no seminário e atualmente desenvolve projetos de mobilização e conscientização ambiental. Para a presidente Rejane Pieratti, a coleta seletiva, além de poupar espaço nos lixões, economiza recursos para as próximas gerações. Oficinas de arte-educação, palestras sobre preservação e construção com materiais e energias alternativas são oferecidas gratuitamente à população do DF.

A artesã Ivã Furtado também compareceu e expôs seu trabalho com material reutilizado, experiência adiquirida nos últimos três anos, que transforma transformar filtro de papel e caixas tetra pak, como as de leite, suco, leite condensado, entre outras, em exclusivas e criativas embalagens para presente. “O mais interessante dessa atividade é conscientizar as pessoas da importância de reciclar e mostrar que é possível criar lindas e úteis peças com material que seria jogado fora”, comenta a artesã.


RESULTADOS


Os resultados do encontro irão contribuir para definir um novo modelo de coleta seletiva a ser implantado gradualmente em todo o DF, incentivo à criação de novos negócios no âmbito da cadeia de recicláveis, redução dos impactos ambientais causados pela produção cada vez maior de lixo e conscientização da população para a mudança de comportamento no que se refere à separação dos resíduos em seco e orgânico. A meta é aumentar para 70% o volume de materiais encaminhados para a reciclagem, mantendo a constante geração de resíduos.

NÃO ACEITAMOS CHEQUE


Empresas varejistas e atacadistas de Brasília obedecem às diretrizes do Branco Central do Brasil para evitar os mau pagadores e sem intenção desagradam consumidores que saldam suas contas em dia

Por Biah Gasparotto

“Descupe Senhor, mas não aceitamos cheque”. Quem nunca teve a insatisfação de ouvir esta frase depois de rechear carrinhos de compras em supermercados ou enfrentar longos minutos em uma fila para adquirir um produto qualquer? As empresa se defendem e informam que os brasileiros não têm só a fama de divertidos e festeiros, mas também de mau pagadores e que, teoricamente, para quem age de má-fé, a solução mais prática é evitar o recebimento de cheques e oferecer uma outra forma de pagamento aos clientes.

Em específico, surgem as reclamações dos síndicos de condomínios que acusam as empresas varejistas e atacadistas de não aceitar cheques, mesmo eles cumprindo todas as exigências dos bancos para abertura e movimentação de conta jurídica. Atualmente, cerca de seis mil condomínios estão cadastrados no Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Distrito Federal e são importantes geradores de empregos e lucros para os comerciantes.

De acordo com o Banco Central do Brasil (BACEN), pessoas e estabelecimentos comerciais não são obrigados a receber cheques como meio de pagamento, por não ter capacidade liberatória e curso forçado no Brasil, como as cédulas e moedas do Real. O cheque ao ser utilizado como meio de pagamento, exerce uma função econômica e de confiança entre o emitente e o beneficiário.

Já o Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (IDC-Procon-DF) ressalta que mais importante do que as normas do BACEN, estão os usos e costumes e a jurisprudência. Ao não aceitar o cheque, os estabelecimentos estarão generalizando e pressupondo que todos os consumidores são emitentes de cheques sem fundos, o que contraria o Código de Defesa do Consumidor que diz, no capítulo das práticas abusivas, que é vedado ao fornecedor recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquirí-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação em leis especiais.

Tais divergências entre os órgãos protegem os dois lados, tanto o do consumidor quanto o do fornecedor. A rigor, as regras do mercado são definidas pelas empresas, ou seja, o que vão vender e de que forma vão vender, se à vista, a prazo ou parcelado, se por cheque, cartão de crédito, ticket ou fiado. As condições de compras devem ser claras e informadas ao consumidor com antecendência, com intuito de conceder a liberdade de escolha.

As empresas varejistas e atacadistas se protegem contra as denúncias. O supermercado Makro aceita cheque após aprovação de cadastro e duas compras efetuadas com pagamento em dinheiro. O Super Adega informou que inicialmente aceitava quaisquer formas de pagamento, mas devido ao alto índice de cheques devolvidos a empresa decidiu mudar as regras a fim de evitar riscos. Já no Atacadão, o gerente garantiu que aceita cheque de pessoas físicas e jurídicas, basta preencher o cadastro. Nos demais estabelecimentos comerciais, que atendem as necessidades dos condomínios, o débito em conta é a forma mais segura e aceita como forma de pagamento.

Na prática, constrangimentos continuarão acontecendo se não houver uma prevenção de ambas as partes. Ainda segundo o Procon, é importante que as empresas utilizem dispositivos como telecheque, protocheque, cheque-cheque com intuito de verificar se existe qualquer restrição e impedimento quanto à pessoa do emitente. E os consumidores, informados e atentos as principais variações do mercado, lembrando-se sempre dos princípios legais e da ampla defesa.

Serviços:
Banco Central do Brasil – http://www.bcb.gov.br/
Defesa do Consumidor do Distrito Federal (IDC-Procon-DF) – http://www.procon.df.gov.br/ – Tel: 151

Imagem Cheque sem fundos:
Fonte: http:/abril.com.br/especiais/investimento/imagens/cotidiano3.jpg

BRASÍLIA REVITALIZADA


Referência em planejamento urbano, a Capital vem sendo preparada para realização de novas obras de infra-estrutura que beneficiam e melhoram a qualidade de vida da população. Recuperação e implementação de calçadas, meios-fios, estacionamentos, iluminação pública e pavimentação asfáltica são alguns dos projetos já concluídos pelo GDF

Por Biah Gasparotto

Nos últimos meses, Brasília se transformou em um verdadeiro canteiro de obras. O pacote 2008, lançado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), vem causando grandes expectativas entre a população e os líderes de diversos órgãos, instituições não governamentais e, principalmente, dos Conselhos Comunitários das Asas Sul e Norte, eternos defensores do Patrimônio Cultural da Humanidade.

Todas as principais vias da Capital estão em obras. Engarrafamentos quilométricos já fazem parte do dia-a-dia dos motoristas que se deslocam para o centro da cidade. Falta de estacionamento e credibilidade no transporte público contribui ainda mais para o caos urbano. Até o final do ano, o governo terá investido mais de R$ 700 milhões em seu pacote de obras, incluindo todas as reformas das quadras residenciais e comerciais do Plano Piloto.

No dia 20 de maio, mais uma importante obra foi concluída. Os 30 mil metros quadrados da plataforma superior da Rodoviária foram revitalizados com impermeabilização do pavimento da pista, pintura dos estacionamentos, completa restauração da fonte e implementação de novos bancos, jardins e 245 vagas em frente ao shopping Conjunto Nacional.

Além das grandes obras, outras de menores portes e prioritárias estão sendo intensificadas. De acordo com o secretário de Estado de Obras, Márcio Machado, também integrante do Conselho de Gestão da Área de Preservação de Brasília (Conpresb), o encurtamento do calendário obriga as empresas a trabalharem em turnos extraordinários, incluindo sábado, domingo e feriados. “As pequenas obras representam muito para a sociedade. A construção de novos postos policiais, drenagem pluvial e a recuperação das calçadas, meios-fios, iluminação pública fazem parte do cronograma inicial”, afirma o secretário.

As execuções destas obras estão divididas por etapas. Somente para construção de novas calçadas beirando os eixos sul e norte foram destinados R$ 2 milhões. Pedestres aproveitam o espaço para praticar exercícios físicos e passear com os filhos e animais de estimação. “Enquanto o governo decide se vai fechar ou não o eixão aos domingos, com as reformas das calçadas, eu e minha família passamos a utilizar o local para lazer e diversão, o que antes era impossível devido ao risco de acidentes”, disse Amilton Júnior, morador da 712 Norte.
Entre as demais obras previstas até 2010, estão em destaque a reforma do estádio Mané Garrincha e a implementação do Veículo Leve sobre Pneus (VLP), alimentado por diesel e durabilidade de oito anos. As obras concluídas e em fase de execução, licitação e projeto podem ser pesquisadas na página da Secretaria de Estado de Obras (http://www.so.df.gov.br/).

EDIFÍCIO DE UM ÚNICO PROPRIETÁRIO

Inquilinos cada vez mais atualizados, quanto aos seus direitos, deveres e responsabilidades individuais e coletivas, buscam administração condominial transparente e juridicalmente pautada pelas legislações existentes

Por Biah Gasparotto

Uma administração condominial moderna e globalizada deve ser baseada em metas para alcance de objetivos claros e bem definidos. Em tese, viver em propriedade comum parece ser muito simples. Porém, é típico do ser humano defender seus próprios interesses, que nem sempre correspondem aos do condomínio. O impasse é ainda maior quando os donos, que gerenciam os próprios edifícios, criam suas regras e deixam de divulgar o que é obrigatório e de direito de informação dos locatários, como a prestação de contas das despesas ordinárias e extraordinárias.

Comparativamente às demais empresas do mercado, o condomínio não é considerado “Pessoa Jurídica”, por não sobreviver de receitas e sim do rateio das despesas entre seus locatários, mesmo tendo que cumprir a maior parte das formalidades legais, fiscais, trabalhistas e de encargos sociais e tributários. Todos documentos comprobatórios deverão ter o visto do responsável e serem disponibilizados em arquivo de fácil acesso.

Visando disciplinar os direitos e os deveres de cada um, existem três documentos básicos que fundamentam e qualificam uma boa administração, a Lei do Condomínio (Lei n.º 4591/64), comum a todos, a Convenção do Condomínio, elaborado com o registro do imóvel e o Regimento Interno, específico para cada edifício. Portanto, é oportuno ressaltar que, quando se trata de prédio de um único dono, não se adota a instituição de uma Convenção em face de sua inadaptação, mas recomenda-se a adoção de um Regimento, com a finalidade de regular os serviços e funcionamento da edificação.

A cobrança de despesas para reforma, manutenção e conservação utilizadas pelos locatários é perfeitamente lícita, em conformidade com o disposto no artigo 23, XII, da Lei do Inquilinato N.º 8.245/91, a qual diz: “no edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao pagamento das despesas referidas no § 1º deste artigo (ordinárias de condomínio), desde que comprovadas”. Mas sabe-se que em algumas edificações nem sempre as leis são cumpridas.

Nesse momento, o papel do síndico é primordial como representante legal do condomínio. De acordo com o novo Código Civil, arts. 1.348 e 1.350, é de sua competência: representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; dar imediato conhecimento à existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; e prestar contas anualmente e quando exigidas. Em conclusão, ao inquilino de um prédio nessas condições, ou seja, edifício com várias unidades de um único dono, embora o condomínio não seja administrado conforme as regras legais, entende-se que prestar contas não é só aprovar o balanço financeiro, mas também uma forma de satisfação aos condôminos de todos os atos praticados pelo proprietário.

COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DO LIXO URBANO DE BRASÍLIA


Diretor do SLU Edmundo Gadelha ministra palestra no UniCEUB em prol da educação sócio-ambiental, visando promover novas atitudes, condutas e procedimentos que gerem uma cultura baseada nos princípios da sustentabilidade, autogestão e economia solidária

Por Biah Gasparotto

No dia 15 de abril, o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) promoveu palestra ministrada pelo engenheiro e diretor do Núcleo de Projetos da Assessoria de Planejamento do Sistema de Limpeza Urbana (SLU), Edmundo Pacheco Gadelha, com o objetivo de ampliar a compreensão dos participantes – alunos, professores e convidados – sobre os diversos aspectos sócio-ambientais relacionados à geração e à destinação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e ações estratégicas do Governo voltadas para a coleta seletiva e reciclagem do lixo.

Atualmente, são coletadas cerca de 2.500 toneladas de lixo comum por dia no Distrito Federal, sendo que 300 toneladas são depostas na rua e em lixões sem estrutura. Os resíduos da construção civil acrescentam mais 4.000 toneladas no montante de lixo da capital. Com a mudança de hábitos, o aumento dos produtos industrializados e inserção de embalagens descartáveis, o lixo passou a ser considerado uma preocupação mundial, tendo em vista que há algumas décadas era constituído basicamente por resíduos orgânicos e facilmente decomposto pela natureza.

De acordo com Gadelha, a produção de lixo varia entre os Estados, números de habitantes, classe social, fatores climáticos e sazonais. Uma das soluções ecologicamente correta é a implementação da Coleta Seletiva, hoje realizada pelos servidores do SLU com apoio das cooperativas de catadores. “A separação dos materiais recicláveis somente abrange uma pequena porcentagem das residências do DF, mas transforma o problema do lixo em recurso econômico e social, ou seja, estimula a cidadania, gera emprego e renda, preserva os recursos naturais, diminui a poluição do solo e economiza energia, transporte, água e combustível”, afirma o engenheiro.

Seguindo algumas etapas, primeiramente o lixo é acondicionado de forma adequada em sacos plásticos, lixeiras e contêineres. Sua coleta é diurna nas áreas residenciais e noturna nas comerciais. O transporte é feito por caminhões, basculantes e compactadores. Na seqüência, o tratamento e o destino final do lixo são considerados pelo palestrante as partes mais complexas do processo.

Diariamente, são encaminhadas 1.200 toneladas de lixo para as duas Usinas de Compostagem de Brasília, localizadas na Asa Sul e Ceilândia. Esteiras rolantes, eletroímãs e peneiras separam o lixo enquanto os catadores selecionam o material reciclável – papel, vidro, plástico e metal – por tipo e cor. Para cada tonelada de vidro reciclado, são economizadas mais de uma tonelada de recursos naturais (603 kg de areia, 196 kg de carbonato de sódio, 196 kg de calcário e 68 kg de feldspato). Após a triagem, uma parte do rejeito, que corresponde a 65%, é transformada em composto orgânico e a outra encaminhada para o aterro sanitário, que em outros países são utilizadas para produção de energia elétrica.

A classificação dos resíduos é regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 10004, de maio de 2004. Quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública são adotados como: Classe I (perigosos): apresentam as seguintes características: reatividade, inflamabilidade, corrosividade e toxicidade. Ex.: lâmpadas fluorescentes e fibras de amianto; Classe II (não inertes): combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água; Classe III (inertes): rochas, tijolos, vidros, certos plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente.

Ainda segundo Gadelha, os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) representam um grande perigo, tanto para a saúde das pessoas quanto ao meio ambiente. Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para o aterro sanitário. Em termos de regulação, as regras estão dispostas na Resolução N.° 306, de dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

As pilhas comuns e alcalinas podem ser jogadas no lixo doméstico sem qualquer risco ao meio ambiente. As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos deverão ser entregues aos comerciantes ou fabricantes para que possam providenciar o tratamento adequado e a disposição final.

As próximas metas a serem alcançadas, estão relacionadas com a implementação do Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal, apresentado ano passado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH) e o Sistema de Limpeza Urbana (SLU). Orientar o desenvolvimento da limpeza pública, estabelecer diretrizes futuras para o desenvolvimento sustentável, licitar novas empresas prestadoras de serviços, bem como promover a inclusão sócio-econômica são alguns dos objetivos do projeto que irão beneficiar não só o meio ambiente, mas a sociedade como um todo.

Como mensagem final, o diretor Edmundo Gadelha cita frase da Organização Mundial de Saúde (OMS), agência especializada e subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU). “De cada seis habitantes no mundo, um deles anda mais de dois quilômetros por dia para conseguir água”.

QUARTA CULTURAL: JOGO DE CENA

Início de ano em Brasília parece uma loucura. Chuva, engarrafamento, IPVA, IPTU e contas mil. O melhor mesmo é tentar relaxar, dar boas gargalhadas e esquecer um pouco de tudo. Permita-se uma travessura, saia da rotina

Por Biah Gasparotto

No dia 30 de abril, às 20h30, o Teatro da Caixa Econômica Federal (CEF) apresentará mais uma edição do Jogo de Cena, um show room de produções brasilienses. Em duas horas, artistas plásticos, dançarinos, músicos e atores dividem o palco desse grande espetáculo. Os apresentadores Welder Rodrigues e Ricardo Pipo relembram e contam estórias e metáforas que ilustram o comportamento humano, relações entre pessoas e diversas situações que arrancam muitas gargalhadas da platéia.

Mas quem avisa, amigo é! Chegar atrasado e não estar na mira dos humoristas é um tanto quanto impossível. Não adianta tentar passar despercebido, você será o primeiro a participar da brincadeira. Sabe aquele ditado “falem mal, mas falem de mim”, então, Welder e Pipo são assim, eles não perdoam.

Durante toda a programação, os apresentadores escolhem a dedo as pessoas que irão participar das brincadeiras e tarefas cênicas. O mais engraçado ou a pior performance ganha ingressos para peças em cartaz, camisetas do Jogo de Cena e brindes da CEF. Na ultima edição, o palco foi dominado pelo universo feminino, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Se comparado aos anteriores, o próximo espetáculo promete ser uma ótima opção de lazer e entretenimento.

Apresentadores

Em 1987, Welder & Pipo começaram a aparecer no cenário artístico de Brasília com suas participações no quadro Desafio da Noite do Jogo de Cena. Em 1989, ajudaram a fundar o grupo A Culpa é da Mãe, o qual deu origem ao grupo Os Melhores do Mundo, onde se destacam, ajudando a criar as comédias que têm levado o grupo ao sucesso. Hoje intercalam suas atividades entre as temporadas do grupo em São Paulo e o Jogo de Cena.

História

Foi em agosto de 1985, que um grupo de atores, produtores e pensadores culturais da cidade, preocupados com a falta de espaço para apresentação de produções e ausência de incentivos para a área, decidiu inventar um espetáculo que permitisse a participação de todos os criadores. Foi assim que, a atriz Cristina Borracha subiu ao palco do Teatro Galpãozinho, hoje conhecido como Espaço Cultural Renato Russo, e abriu a primeira apresentação do Jogo de Cena.

Nos mais de 150 programas realizados ao longo dos anos, várias personalidades se destacaram, entre eles, Câssia Eller, Marcelo Saback, Os Raimundos, Paletó & Gravata, Os Melhores do Mundo, Hugo Rodas, Irmãos Guimarães, Sônia Paiva, etc. O Jogo de Cena é mais do que uma feira cultural, é um espaço que desperta a potencialidade de muitos artistas. E lá se vão 20 e tantos anos...

Serviço

Jogo de Cena Dia 30 de abril, às 20h30
Teatro da Caixa - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da Caixa. Recepção: 3206-9448 / Administração 3206-9450/ Bilheteria: 3206-6456. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia para estudantes, funcionários da CAIXA e doadores de 1kg de alimentos não perecíveis). Classificação etária: Não recomendado para menores de 12 anos

PRIMEIRA ESTAÇÃO DE METRÔ DA ASA NORTE SERÁ INAUGURADA EM MARÇO DE 2010


Além da construção do terceiro trecho da linha no sentido sul–norte, em abril começa a funcionar mais uma estação na Asa Sul. A previsão é que o sistema tenha sua capacidade de atendimento ampliada para 300 mil usuários

Por Biah Gasparotto

Pesquisas comprovam que os moradores da Capital Federal deixarão o transporte individual e utilizarão o público coletivo quando apresentarem qualidade, conforto, segurança e tarifa compatível com o poder aquisitivo da população. Mais de 900 mil veículos circulam, diariamente, pelas ruas da cidade, o que torna indiscutível e necessário à ampliação do sistema de metrô para amenizar os problemas do trânsito. Somado a esta medida, o Programa Brasília Integrada prevê a modernização de todo o sistema de transporte.

Após reunião com representantes do metrô e engenheiros, o governador José Roberto Arruda autorizou a licitação para expansão do sistema para as regiões da Asa Norte e Samambaia e construção de mais três estações, uma no Guará e duas na Asa Sul, nas quadras 102 e 112. Com as novas obras e a inauguração da estação da 108 Sul, no dia 12 de abril, os usuários poderão contar com seis terminais.

“O nosso esforço visa diminuir o uso de carros. Em oito anos dobrou o número de veículos individuais. Ou investimos no transporte coletivo ou a cidade fica, literalmente, entupida. Com a integração do sistema de transportes do DF, toda a população da cidade vai ser beneficiada com os novos trechos”, explicou o governador.

O presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), José Gaspar Souza, informou que o trecho na Asa Norte, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), vai ligar a Rodoviária do Plano Piloto ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Um estudo visa construir oito terminais na Asa Norte, no entanto, não há prazo para o início da construção dessas estações.

MAIS INVESTIMENTOS

O Metrô-DF também está negociando a compra de 10 novos trens, estimada em R$ 200 milhões, para suprir a crescente demanda de usuários. Atualmente, o metrô chega a transportar até 100 mil passageiros diariamente de segunda a sexta-feira e 60 mil nos finais de semana. Com a inauguração das quatro novas estações de Ceilândia, o governo espera que o fluxo suba para 140 mil. Até dezembro de 2010, a previsão é de que o número chegue a 300 mil passageiros por dia.Arruda ainda enfatizou a importância da redução dos custos de manutenção do metrô, depois que a diretoria do órgão realizou concorrência para a prestação de serviços. Antes, com a dispensa de licitação, eram gastos R$ 9,2 milhões mensais. Com a implementação do novo procedimento caiu para R$ 5.890 milhões, apresentando uma economia mensal superior aos R$ 3 milhões.

COMBATE AO TRÁFICO DE DROGAS É PRIORIDADE NO DF


Divulgação do último balanço da violência revela crescimento expressivo na negociação ilegal de entorpecentes e preocupa as autoridades envolvidas na batalha contra a criminalidade na capital do país

Por Biah Gasparotto

A Segurança Pública está em processo de mudança no Brasil. Enquanto dezenas de projetos circulam no Legislativo, em Brasília, a comunidade busca no âmbito privado soluções que propiciem conforto e ampliem a sensação de segurança. Casos de homicídios, roubos a postos de gasolina e a ônibus aumentaram pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o último balanço da violência divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no dia 21 de fevereiro. Mas a maior preocupação atual das autoridades está relacionada com crescimento expressivo envolvendo o tráfico de drogas.

O impacto da violência está diretamente relacionado com a negociação ilegal de entorpecentes. Os flagrantes aumentaram 22,6%. O consumo e porte dos diversos tipos de substâncias, 26,8%, ou seja, 2.758 registros entre 2006 e 2007. “Infelizmente o tráfico de drogas é predominante no mundo. O Brasil está em 3º lugar no ranking de toda a América do Sul em consumo. Só na rodoviária temos uma movimentação de mais de 600 mil pessoas por dia, num espaço de quatro mil metros utilizados como pontos de compra e venda de drogas”, lamenta Saulo Santiago, presidente do Conselho Comunitário de Segurança do DF.

Bares e restaurantes, faculdades e estacionamentos de shoppings também estão na lista dos pontos de tráfico, tendo em vista o alto consumo de drogas sintéticas – anfetaminas, esctasy e LSD – pelos usuários das classes média e alta. “Cansei de presenciar traficantes com o porta-malas aberto, muitos deles até aliciam estudantes a repassem as drogas para outros amigos dentro da faculdade em troca do consumo gratuito, aí vira uma rede, um passa para o outro, chamamos de aviõezinhos”, conta o estudante T. G., 17 anos.

Segundo o secretário de Segurança Pública do DF, general Cândido Vargas de Freire, em 2008, as principais metas serão: o combate ao uso e o tráfico de drogas, roubo e furto de carro, e retenção de armas; investimentos em modernização tecnológica; e construção de sedes para as três novas Divisões de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) – Planaltina, Ceilândia, Gama ou Santa Maria – e da 5ª DP, prevista para funcionar no centro da cidade.

Os Conselhos Comunitários das Asas Sul e Norte trabalham em parceria com o governo e órgãos competentes em beneficio da comunidade. Reuniões mensais abordam diversos temas ligados à segurança pública com participação ativa das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e outros Conselhos. O assunto “falta de segurança nas quadras” é comum e extremamente debatido. Cada vez mais, as prefeituras estão implementando soluções que ajudam a monitorar, prevenir os delitos antes que eles ocorram e direcionar as ações da polícia.
Em dez anos, a comunidade nunca se apresentou tão unida em prol da qualidade vida e da segurança da população brasiliense. O administrador de Brasília Ricardo Pires e o presidente do Sindicato de Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares do Distrito Federal (Sindhobar) César Gonçalves também apóiam essa causa através de ações e projetos que reforçam a segurança pública e a convivência em harmonia.

COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DO LIXO: CONSCIÊNCIA SÓCIO-AMBIENTAL

No cotidiano da nossa cidade, são produzidas milhares de toneladas de resíduos. Reduzir o desperdício e reutilizar materiais que podem ser reciclados traz benefícios à sociedade e ao meio ambiente

Por Biah Gasparotto

Em 2006, pesquisa realizada pela instituição Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) apontou que em Brasília são geradas mais de 900 toneladas de lixo por mês, sendo que cerca de 30% é composto de material reciclado. Despertar a conscientização ambiental é uma preocupação mundial. O destino correto do resíduo sólido é de interesse e responsabilidade também do indivíduo e não somente dos órgãos públicos, associações, ambientalistas e empresários.

Atualmente, a solução mais eficiente e ecologicamente correta é a Coleta Seletiva, separação dos materiais – papel, vidro, plástico e latas – para o reaproveitamento, transformando o problema do lixo em recurso econômico e social. Cada lata de alumínio reciclada, por exemplo, economiza energia elétrica suficiente para manter uma lâmpada de 60 watts acesa por quatro horas.

O Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal, apresentado ano passado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e o Sistema de Limpeza Urbana (SLU), contribui para agilizar a contratação de empresas que atuam no serviço de coleta e tratamento do lixo, otimizar o sistema de limpeza urbana e proporcionar uma melhor utilização dos recursos.

De acordo com a gerente de Produtos Recicláveis Zely Vasconcelos Lima, o SLU iniciará, ainda este ano, diversos projetos que irão beneficiar não só o meio ambiente, mas a população como um todo. A área de atuação da coleta seletiva, que atende as quadras 100, 200, 300 e 400 do Plano Piloto, será ampliada para todo o Distrito Federal. “As estratégias para implementação do sistema e programas de educação sócio-ambiental são complexas, pois cada região possui sua forma diferenciada em termos de logística e estrutura. Não há um modelo universal, principalmente quando envolve o trabalho conjunto de catadores, transporte e empresas de reciclagem”, afirma Zely.

COLETA SELETIVA DE SUCESSO

Motivados pela integração da comunidade e educação ambiental, baseada em princípios da sustentabilidade, a Prefeitura da 402 Norte, desde 2000, implementou o sistema de coleta seletiva na quadra. Para compreender e valorizar a iniciativa, foram encaminhadas cartas aos síndicos e moradores com informações e ações que desviam, de aterros sanitários e lixões, resíduos sólidos para reciclagem.

Ao total, a quadra possui cinco estações de lixo, seco e orgânico, para uso comum dos 17 edifícios. A prefeitura também disponibiliza um espaço para depósito de folhas das árvores, recolhidas toda semana pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para produção de adubo.

A prefeita Ana Lúcia Mendes relembra com orgulho o início da implementação da coleta seletiva e as estratégias adotadas para conscientizar os moradores e visitantes. “O começo é sempre difícil, a coleta é apenas uma das fases do processo e necessária para a preservação ambiental, melhoria das condições de saúde pública e qualidade de vida. A nossa quadra está limpa, organizada e unida pela causa”, afirma Ana Lúcia.

VANTAGENS

As vantagens proporcionadas por programas de coleta seletiva, segundo o Manual de Gerenciamento Integrado da CEMPRE (1999), são:

v redução de custos com a disposição final do resíduo sólido;
v aumento da vida útil de aterros sanitários;
v diminuição de gastos com remediação de áreas degradadas pelo mal acondicionamento do resíduo sólido;
v educação/conscientização ambiental da população;
v diminuição de gastos gerais com limpeza pública, considerando-se que o comportamento de comunidades educadas/conscientizadas ambientalmente traduz-se em necessidade menor de intervenção do estado;
v melhoria das condições ambientais e de saúde pública do município;
v geração de empregos diretos e indiretos, com a ampliação das atividades das indústrias recicladoras já existentes e instalações de novas; e,resgate social de indivíduos, através da criação de associações/cooperativas de catadores ou mesmo através do trabalho autônomo de catação.

População de rua: vidas privadas em espaços públicos

Pedir esmola virou uma profissão bem remunerada em Brasília. Mendicância causa infortúnio à comunidade e degradação do patrimônio público e do meio ambiente


Por Biah Gasparotto

Basta caminhar pela Capital Federal para se deparar com um cenário crescente e cada vez mais comum dos grandes centros urbanos, a população de rua. Centenas de emigrantes abandonam a terra natal, famílias e empregos de baixa remuneração em busca de uma melhor qualidade de vida. Poucos conseguem vencer as barreiras da desigualdade socioeconômica. A maioria perambula dia e noite pela cidade, causando infortúnio à comunidade e degradação do patrimônio público e do meio ambiente.

Sinais de trânsito, supermercados e comércios locais são os principais pontos onde podemos observar as ações de pedintes e sem-tetos – crianças, adultos e idosos, que em algumas situações são apenas intermediários que agenciam a mendicância. O consumo de bebida alcoólica e drogas, a demência, o abandono e a promiscuidade sexual, em plena luz do dia, já não despertam surpresas em quem acompanha de perto, mas formam uma combinação que conduz a prática de diversos delitos, que vão desde agressões verbais a lesões corporais, roubos e furtos.

Diariamente, a população de rua transforma as calçadas e áreas verdes das quadras do Plano Piloto em banheiros públicos e residências improvisadas, decoradas com colchões, cobertores e papelões espalhados por todos os lados. Enquanto os novos inquilinos usufruem do direito de ir e vir garantido pela Constituição, a comunidade convive com o mau cheiro, o abuso e a perturbação do sossego e da tranqüilidade pública.

A prefeita da 308 Norte Neide Gouveia afirma que os supermercados localizados nas entrequadras – Pão de Açúcar, Carrefour Bairro e Big Box – contribuem para a permanência dessa população dentro das quadras. “Eles possuem recursos e profissionais que evitam a aproximação dos pedintes, mas a prefeitura não. Contamos com a ajuda dos órgãos responsáveis e com a conscientização dos moradores para que não dêem dinheiro, alimentos e objetos. Do contrário, teremos que aceitar a convivência debaixo da nossa janela e privar os moradores, principalmente crianças, de circularem livremente pela quadra”, lamenta a prefeita.

No dia 23 de fevereiro, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília Saulo Santiago encaminhou uma carta às altas autoridades policiais e administrativas do Governo, com intuito de solicitar que sejam tomadas providências cabíveis para amenizar a situação da população de rua e, respectivamente, de toda a comunidade. “O Estado ainda não possui um local apropriado, amplo e com boa infra-estrutura, para abrigar os retirados, de preferência situado fora do perímetro urbano, com serviços médicos e odontológicos para essas pessoas, muitas delas dependentes de álcool ou de outras drogas. Neste grande albergue-hospital, os desvalidos receberiam, por algum tempo, todos os cuidados físicos necessários e as lições práticas para se reintegrarem à sociedade civil como entes produtivos”, destaca Saulo.
Sabemos que é de livre arbítrio conceder ou não esmolas por parte daqueles que priorizam o lado social. O importante é saber quais são os limites e a melhor forma de doar sem constituir um vínculo com o beneficiário da esmola, que, contudo, pode vir a configurar-se em uma acomodação, ou seja, uma forma fácil de ganhar dinheiro. O ideal seria colaborar diretamente com as organizações que trabalham de forma séria e comprometida, com supervisão da assistência social.

BARES E RESTAURANTES DE BRASÍLIA TÊM NOVAS REGRAS DE FUNCIONAMENTO


Horário limitado, poluição sonora e ocupação da área pública são as principais mudanças acordadas entre membros do Governo, Sindhobar, Conselhos Comunitários, empresários, prefeitos e moradores do Plano Piloto

Por Biah Gasparotto

De um lado, moradores desejando a tranqüilidade e segurança, por outro, empresários interessados em aumentar o consumo e faturamento dos empreendimentos. Estabelecer regras e promover mudanças nem sempre são fáceis quando somente um dos lados é beneficiado. Depois de várias reuniões e muitas divergências, o Sindicato de Restaurantes, Hotéis, Bares e Similares do Distrito Federal (Sindhobar), membros do governo do Distrito Federal (GDF), presidentes dos Conselhos Comunitários, empresários, prefeitos e moradores do Plano Piloto entraram em acordo.

As Ordens de Serviço N.os 02, 03 e 04, assinadas pelo Administrador de Brasília e publicada no Diário Oficial do DF em 17 de janeiro de 2008, estabelecem os novos procedimentos para renovação e concessão de alvarás de funcionamento. De acordo com o administrador Ricardo Pires, o principal objetivo das mudanças é garantir o sossego das quadras residências, que sofrem com o barulho excessivo e com a falta de estacionamentos.

Novas Regras


O horário limite para o funcionamento será de domingo a quarta-feira, até 1h da manhã, de quinta-feira a sábado e véspera de feriado, até às 2h, tendo o horário previsto para o início de atividades fixado a critério próprio, não antes das 7h da manhã.

A música ambiente, sem amplificação, televisão ou telas de vídeo, que funcionem com as portas abertas, somente será permitida até às 23h. A mecânica amplificada, ou ao vivo, será permitida nos estabelecimentos comerciais que funcionem de portas fechadas e com isolamento acústico.

A regra também regulamenta a utilização da área ocupada, desde que não ultrapassem os seguintes limites máximos: 1) parte posterior: 6 metros, contados a partir da parede original do imóvel; 2) lateral das lojas entre blocos: 2 metros, de cada lado, resguardando-se 2 metros, no mínimo, para a passagem de pedestres; e 3) extremidade das lojas: 5 metros contados da marquise.

Fiscalização e descumprimento

Os agentes da Subsecretaria de Fiscalização (Sufis) já estão nas ruas conferindo o cumprimento do acordo. Segundo eles, as primeiras abordagens são apenas educativas, mas alertam que haverá multa e, em último caso, o estabelecimento poderá até ser fechado.

O Tradicional bar e restaurante Beirute, localizado na 109 Sul, depois de quarenta anos de funcionamento, reduziu quase pela metade o número de mesas. Os freqüentadores reclamam que o bar perdeu sua identidade, conhecido como um local eclético, de várias tribos. “Os horários sempre foram cumpridos no estabelecimento, mas a redução do espaço físico acarretará na demissão de vários garçons. No Líbanos da 206 Sul, restaurante da mesma família, cinco funcionários foram dispensados esse mês”, lamenta o gerente Edmilson.

Já no bar Chiquita Bacana, da 209 Sul, o toldo de proteção localizado na entrada da loja chama a atenção de quem passa pelo comércio. Além de ultrapassar o limite da calçada, o asfalto do estacionamento foi perfurado para acomodação das barras de sustentação. O corredor de acesso aos prédios residenciais também está fora do limite de 2 metros, um desrespeito à acessibilidade, principalmente aos portadores de deficiência física, e ao patrimônio público.

Segundo a presidente do Conselho Comunitário da Asa Norte Leomízia Pereira, as mudanças serão facilmente adaptadas e haverá uma grande melhoria na qualidade de vida dos moradores da Capital. “Acredito que não haverá tantas demissões por parte dos empresários. Uma das minhas preocupações está relacionada com os nossos jovens, que aproveitam o final das aulas para se divertirem em barzinhos. Muitos não possuem limites e acabam causando confusões nas ruas. Essa medida irá diminuir os acidentes e brigas causadas pelos excessos de bebida alcoólica”, afirma Leomízia.

Projetos

Projeto Orla e estacionamentos subterrâneos na área central do Plano Piloto são temas importantes que irão compor a pauta da próxima reunião entre o GDF e a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), no dia 8 de fevereiro. O governador José Roberto Arruda solicitou que o Projeto Orla seja reativado com urgência e destacou como sendo uma excelente alternativa de lazer – bares, restaurantes e boates – e investimento para os grandes empresários.

O projeto de garagens subterrâneas, apresentado em 2007 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, prevê a construção de mais de 25 mil vagas nas comerciais de Brasília. Os estacionamentos serão construídos embaixo das vias W1, entre as superquadras 100 e 300, e L1, entre as 200 e 400, com capacidade para 400 veículos. As obras serão necessárias para melhorar a falta de estacionamento e fluxo do trânsito nas quadras, mas a maior preocupação dos defensores da Capital ainda está relacionada com a preservação do Patrimônio Cultural da Humanidade.

“Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Juscelino Kubitschek de Oliveira - Brasília, 02 de outubro de 1956.

TELEMETRIA: ALTA TECNOLOGIA PARA INTALAÇÃO DE HIDRÔMETROS INDIVIDUALIZADOS

Nova Resolução da Adasa permite que os condomínios decidam em assembléia a escolha do melhor sistema de medição do consumo de água

Por Biah Gasparotto


No dia 21 de dezembro de 2007, a Agência Reguladora de Água e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) publicou a nova Resolução N.o 175/2007 que estabelece os procedimentos para a instalação de hidrômetros individualizados em cada unidade habitacional, nas edificações verticais residenciais e nos condomínios de Brasília. Uma das principais mudanças beneficia a escolha da tecnologia a ser implementada, respeitando os diversos modelos arquitetônicos e o meio-ambiente.

A prefeita da 305 Sul Maria Helena Castro comemorou a alteração da Resolução. Desde maio de 2007, autorizou a instalação de um protótipo em seu apartamento, localizado no bloco B, que substituiu todos os hidrômetros convencionais – três de água fria e três de água quente – pelo sistema de individualização com telemetria. “Sou defensora do consumo racional de água e do pagamento de uma conta justa. Com o avanço da tecnologia, temos que ter consciência que esse sistema é o mais adequado. Estamos recebendo visitas diariamente e muitos se encantaram com o projeto”, defende Maria Helena.

De acordo com o diretor da Construtora MJ Joel Jardim, responsável pela instalação do protótipo, o sistema de telemetria, fabricado pela Mobix no Brasil, existe há mais de 30 anos e foi desenvolvido em Israel. Com a telemetria, os condôminos poderão acompanhar o consumo de água diariamente pela Internet, detectar vazamentos, solicitar o bloqueio e desbloqueio remoto, rapidez e eficiência na prestação de serviços, além de reduzir o índice de inadimplência, o uso de energia elétrica e a conta de esgoto, baseada no consumo de água.

“O projeto está baseado em uma questão fundamental e de preocupação mundial, a sustentabilidade. Brasília possui aproximadamente 250 mil apartamentos que deverão se adequar as normas da Adasa até o ano de 2010. Imagina se em cada obra para individualização de hidrômetros, da forma convencional, fosse retirado 1m3 de entulho? Seriam milhares de toneladas sem destino apropriado, pois o único local na cidade já está com a sua capacidade esgotada. Com a telemetria, não existe quebradeira”, afirma Joel Jardim.

Mesmo com tantos benefícios e baixo custo econômico-financeiro, a presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul (CCAS) Heliete Barros acredita que a mudança da nova resolução é, sem dúvidas, um avanço, mas lembra que muitos continuam em desfavor da obrigatoriedade. “Independente de que tecnologia vai ser implementada, a maioria acha que não se pode imputar uma reforma onerada. Já temos a certidão de habite-se e hoje querem mudar a regra do jogo? O governo deveria se preocupar em promover o reaproveitamento da água da chuva e da água cinza”, ressalta a presidente do CCAS.
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) atente 2,17 milhões de pessoas com serviços de abastecimento de água e 2,03 milhões com serviços de esgotamento sanitário. Atualmente, é o órgão responsável pela emissão da cobrança mensal do consumo de água e esgoto. Para aqueles que optarem pela instalação da nova tecnologia, como a telemetria, o condomínio receberá uma conta única e decidirá em assembléia como será o rateio internamente.

SOLENIDADE DE POSSE MARCA A HISTÓRIA DOS CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE SEGURANÇA

Governador Arruda assina Termo de Posse e nomeia novos presidentes, vice-presidentes, diretores e secretários de segurança das regiões administrativas do DF e do Entorno
Por Biah Gasparotto


O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, assinou na quinta-feira, dia 6 de dezembro de 2007, o Termo de Posse dos 47 membros que compõem a nova diretoria dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). A solenidade, que aconteceu no auditório do Palácio do Buriti, em Brasília, contou com a participação de aproximadamente 450 convidados. O vice-governador Paulo Octávio, parlamentares, líderes comunitários, prefeitos, moradores e membros de diversos órgãos ligados às áreas de Patrimônio, Saúde, Comércio, Segurança e Cultura de Brasília prestigiaram o ato.

A solenidade de posse marca para sempre a história dos Conselhos Comunitários de Segurança, importantes entidades de cooperação voluntária que constituem canal privilegiado entre os órgãos do governo e a comunidade para o direcionamento de ações preventivas à violência e à criminalidade. Desde 2000, esta foi de fato a primeira eleição que houve a participação da comunidade para escolha dos seus representantes junto aos segmentos de segurança pública e defesa social.

O presidente do Conseg de Brasília Saulo Santiago iniciou o discurso agradecendo o apoio e dedicação de todos os líderes comunitários que abdicam seu tempo familiar e profissional para trabalhar em prol da segurança da comunidade e do patrimônio público da Capital. "Cada um de nós possui dentro de nós a chama sagrada do serviço voluntário. Cada um de nós possui sua capacidade peculiar de liderança e de engenharia social para construir pontes de entendimentos entre as comunidades que representam e os membros governamentais. O reconhecimento das autoridades públicas e da população serve de estímulo para o nosso trabalho”, afirma Saulo.

Em seguida, o governador Arruda entregou o diploma simbólico para cada um dos presidentes dos Consegs como gesto de apreço e de respeito. “Eu penso que Brasília, nesta área de segurança pública é um exemplo para o Brasil, pois possuímos a melhor polícia civil e militar honesta, com remuneração digna e sem o câncer da corrupção. Infelizmente, por outro lado, de acordo com os dados do IBGE, Brasília tem crescido muito e possui a maior desigualdade social, primeiro ponto relacionado com a violência. Em segundo, a região do entorno, embora pertencente ao Estado de Goiás, revela indicadores sócio-econômicos ruins. É nesse momento, que valorizamos a participação efetiva e responsável dos Conselhos no planejamento de segurança pública, ouvindo a comunidade e encaminhando os pleitos para os órgãos responsáveis”, homenageia Arruda.

Aproveitando a oportunidade, o governador relembrou que todas as providências tomadas durante o ano de 2007 resultou em saldo positivo para recomeçar as obras inacabadas – hospital de Santa Maria, metrô da Ceilândia, Centro de Convenções e DF 05. “Estamos governando com responsabilidade, pois não queremos que Brasília repita o mesmo erro do Rio de Janeiro, que sofre com a ocupação indisciplinada do solo, favela para todos os lados, desemprego, violência e drogas. Terminamos o ano de 2007 felizes, passamos um plantio difícil, agora é tempo de colher o resultado de uma ação responsável. Com a chegada do Natal, desejo que 2008 seja repleto de paz, saúde e amos. Espero que juntos possamos concretizar todos os nossos sonhos”.