domingo, 8 de junho de 2008

COLETA SELETIVA: ABRACE ESTA IDÉIA


Seminário realizado pelo Sistema de Limpeza Urbana avalia modelo existente e define diretrizes e metas que integrem todos os profissionais e atores envolvidos com a gestão de resíduos sólidos no Distrito Federal

Por Biah Gasparotto

O 1º Seminário sobre Coleta Seletiva no Distrito Federal, promovido pelo Sistema de Limpeza Urbana (SLU), no dia 20 de maio, no Centro de Convenções de Brasília, abordou temas de interesses coletivos e que são de extrema importância para implementar novas idéias e acelerar, em no máximo quatro anos, o processo de coleta e reciclagem do lixo brasiliense. O evento contou com a participação de cooperativas, associações, profissionais de diversas instituições públicas e de organizações não governamentais (ONGs) envolvidos com a gestão de resíduos sólidos, preservação do meio ambiente e geração de emprego e renda.

O Projeto de Coleta Seletiva foi iniciado no Distrito Federal em 2002 e a doação de materiais recicláveis para as cooperativas garante o sustento de muitas famílias. Hoje, a geração de resíduos varia entre 60 e 62 toneladas por mês, sendo que somente 59,34% são recicláveis e a coleta somente é feita em algumas quadras do Plano Piloto, especificamente, nas 100, 200, 300 e 400.

De acordo com a diretora-geral do SLU, Fátima Có, o encontro foi de fundamental importância para trazer experiências que surgiram ao longo de dez anos e idéias que contribuirão para o benefício não só do meio ambiente, mas da população como um todo. “Um dos nossos objetivos é incentivar que empresas se instalem em Brasília com intuito de reduzir custos, uma vez que o material recolhido é encaminhado para outras cidades. Reciclar colabora para a valorização da limpeza pública e para a formação de uma consciência ecológica”, afirma.

Ainda segundo Fátima Co, o SLU possui como missão regular e fiscalizar a gestão pública de resíduos sólidos por meio do Sistema de Gerenciamento Integrado de Coleta de Limpeza e de Tratamento com a Inclusão Social. Reduzi, reaproveitar, reutilizar e destinar o resíduo adequadamente são algumas das bases que compõem este sistema.

No decorrer do evento, integrantes de diversas cooperativas e associações, comprometidos com as causas sócio-ambientais, apresentaram depoimentos emocionados. “Queremos ser respeitados, não somos lixeiros, selecionamos materiais recicláveis. O nosso objetivo é lutar por terrenos licenciados, galpões estruturados e remuneração justa por serviços prestados”, anseia Aldemy dos Santos, presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop-DF).

CONSCIENTIZAÇÃO

A Associação Amigos do Futuro, fundada em 1977, estava presente no seminário e atualmente desenvolve projetos de mobilização e conscientização ambiental. Para a presidente Rejane Pieratti, a coleta seletiva, além de poupar espaço nos lixões, economiza recursos para as próximas gerações. Oficinas de arte-educação, palestras sobre preservação e construção com materiais e energias alternativas são oferecidas gratuitamente à população do DF.

A artesã Ivã Furtado também compareceu e expôs seu trabalho com material reutilizado, experiência adiquirida nos últimos três anos, que transforma transformar filtro de papel e caixas tetra pak, como as de leite, suco, leite condensado, entre outras, em exclusivas e criativas embalagens para presente. “O mais interessante dessa atividade é conscientizar as pessoas da importância de reciclar e mostrar que é possível criar lindas e úteis peças com material que seria jogado fora”, comenta a artesã.


RESULTADOS


Os resultados do encontro irão contribuir para definir um novo modelo de coleta seletiva a ser implantado gradualmente em todo o DF, incentivo à criação de novos negócios no âmbito da cadeia de recicláveis, redução dos impactos ambientais causados pela produção cada vez maior de lixo e conscientização da população para a mudança de comportamento no que se refere à separação dos resíduos em seco e orgânico. A meta é aumentar para 70% o volume de materiais encaminhados para a reciclagem, mantendo a constante geração de resíduos.

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